Em uma terra onde o sertanejo
quase sempre foi protagonista, o rock de Mato Grosso do Sul mostra, mais uma
vez, que pulsa forte, com identidade, trajetória e uma legião de fãs
apaixonados. No coração de Campo Grande, duas bandas emblemáticas se reencontram
em um show para marcar época: NAIP e Larissa e os Pexe sobem ao palco do
Growler Station, no dia 26 de julho, para celebrar a história, a amizade e o
poder do rock sul-mato-grossense em mais uma edição do Rock ‘n’ Friends.
Sucessos do pop, rock, blues e
até jazz são presenças confirmadas no evento que, preparado com todo
profissionalismo, traz a energia vibrante de uma reunião de amigos que não
abrem mão de celebrar uma paixão em comum: a música.
A última vez que as duas bandas
dividiram o palco foi em dezembro de 2024 e o público, com saudade, já insistia
pela volta da ‘dobradinha musical’ de sucesso. “Essa parceria sempre rende
shows icônicos. O público pede bis! Agora, chegou a hora de reviver isso, com a
vibração que só o Rock ‘n’ Friends proporciona para nós e para quem curte um
bom rock”, afirma Alexandre Lacôrte - Deco, baterista da NAIP.
Para Larissa Hermeto,
vocalista e guitarrista da banda, mais que uma reunião de músicos, o evento
celebra uma grande parceria de vida. “É uma grande amizade. A gente se conhece
desde a adolescência, conhece a história um do outro e tudo isso se transforma
em música. Podem esperar uma energia maravilhosa, interação entre as bandas e o
resultado de mais uma noite incrível”, garante.
O show da NAIP e Larissa e os
Pexe no próximo dia 26, terá ainda a participação da DJ Nathalia Albuquerque
que realizará a abertura do evento.
O
ritmo do sucesso - O incentivo para promover shows icônicos (e
lotados) vem de um público fiel, que aumenta a cada dia e naturalmente responde
à pergunta. Tem espaço para o rock em Campo Grande? E a resposta é um vibrante
sim!
Com quase 30 bares de rock
espalhados pela cidade – sendo 19 exclusivos para o estilo, casas cheias e
agendas diversificadas, o ritmo que explodiu entre as décadas de 1960 e 1980 no
Brasil mostra que não perdeu a força e se renova. Quem comprova isso é Guto
Oliveira, criador da página Senhor dos Rolês, disseminador da cultura regional
e fã assumido de rock. “O rock sempre foi muito vivo na cidade, o detalhe é que
é um gênero segmentado, que se mantém vivo como expressão de resistência
cultural, não é convencional (já foi) e, na Capital, não é diferente. Ele
continua muito vivo nos nichos, que não são poucos”, conta Guto.
Com a propriedade de quem
conhece praticamente cada cantinho cultural, em especial de rock da cidade,
Guto revela que o movimento é muito maior do que se imagina. “No auge do Senhor
dos Rolês, cheguei a listar 31 eventos de rock no mesmo dia! Nas semanas
‘normais’, havia cerca de 15 eventos em cada dia do final de semana, entre os
bares, moto clubes, na extinta agenda de shows da Morada dos Baís, entre
outros”, recorda.
Larissa Hermeto confirma que
além de forte, a tendência é que o estilo cresça ainda mais na cidade, com a
pluralidade de espaços e eventos. “Hoje temos mais oportunidades, espaços
melhores e um público que começa a entender e valorizar o som autoral. Ainda é
um nicho, mas com cada show percebemos rostinhos novos na plateia”, analisa
Larissa.
Cenário de grandes shows, o
Growler Station é um dos points do rock em Campo Grande e cenário de várias
apresentações, tanto da NAIP quanto da Larissa e os Pexe. “O Growler é um dos
espaços que valorizam o rock e democratizam a música em um ambiente acolhedor”,
pontua Deco.
NAIP:
27 anos de estrada e ainda na linha de frente - Com 27
anos de estrada, a NAIP carrega o peso e o prestígio de ser uma das mais
importantes bandas do Estado. Surgida nos anos 1990, ela é fruto de uma geração
que ousou tocar rock em um território onde poucos tinham espaço para se
arriscar.
De lá para cá, foram mais de
400 shows, participações em eventos de peso e parcerias de palco com nomes como
Jota Quest, Nando Reis, O Rappa, Ira e até o internacional Peter Fonda. No
último mês de junho, um show vibrante marcou a abertura da apresentação do
Capital Inicial em Campo Grande. “A gente nunca parou. Mudamos, evoluímos, mas
a energia é a mesma. Lotamos casas, recebemos novos rostos no público e
seguimos com fãs que estão com a gente há décadas”, conta Deco.
Hoje, a banda mantém a base
com Deco (bateria), André Coelho (teclados) e Rafael Coelho (baixo), agora
acompanhados de Caio Dutra (guitarra) e Carlos Eduardo (vocais), numa fase que
mescla o vigor da juventude com a maturidade de quem conhece o palco como o
próprio quintal.
Larissa
e os Pexe: da brincadeira à autenticidade - Formada em 2006 com o
espírito de ‘uma reunião entre amigos’, Larissa e os Pexe virou banda por
insistência do público. O nome é uma licença poética, um apelido carinhoso para
amigos próximos, que carrega o mesmo tom informal e afetivo que move cada
acorde do grupo.
“A gente queria tocar nas
festas dos amigos. A coisa foi crescendo, o som agradou, os convites apareceram
e, cá estamos, quase 20 anos depois, levando alegria e muita música por aí”,
revela Larissa.
O som da banda é uma mistura
de rock, pop, blues e jazz, com releituras cheias de personalidade e
interpretações que transformam cada apresentação em uma celebração. Hoje, a
banda é formada por Larissa (voz/guitarra), Roberto Torminn (guitarra e
teclado), Wagner Santos (baixo) e Felipe Fernandes (bateria).