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06/12/2016 | 04h:16

Centenário Manoel de Barros

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“Para encontrar o azul eu uso pássaros” é uma das frases mais marcantes de nosso poeta Manoel de Barros e que tem a essência nos trabalhos desenvolvidos pela Fundação Manoel de Barros (FMB), que encontra o azul e supera seus limites pelas asas da integridade, do trabalho e do amor pelo que faz.

Neste ano em que ocorre o Centenário do poeta, a FMB se sente lisonjeada em ter recebido, há 18 anos, o crédito de confiança, podendo utilizar o nome do Manoel de Barros para estampar seus projetos e ações sociais.

“Nós queremos apresentar a sociedade as inspirações que as poesias e os conselhos do poeta nos deram para desenvolver ações nas áreas da arte, cultura e do fomento a educação. A linguagem que ele usa em suas obras é diferente e criativa. Assim, desperta na Fundação o uso da criatividade para promover suas atividades e encontrar o seu azul”, revela o diretor da FMB, Marcos Henrique Marques.

Com nossos projetos buscamos sempre levar aos nossos usuários o espírito de criança que o menino Manoel tem na maioria de suas obras, mostrando a importância de valorizar as pequenas coisas da vida, exemplificando que não precisamos de muito para sermos felizes.

Entre as diversas ações já realizadas pela FMB, algumas foram marcadas pela emoção e singularidade nos resultados. O Letras de Barros, por exemplo, foi contagiante ao unir os alunos do projeto Bodoque de Palavras, da Secretaria Municipal de Educação, com os alunos do Biblioteca Aberta, projeto de extensão do curso de Letras da Uniderp. Ambos os projetos eram voltados para crianças e adolescentes, porém o Bodoque de Palavras com alunos do campo e o Biblioteca Aberta com alunos da zona urbana. E com a união destes dois universos, conseguimos mostrar por meio do Letras de Barros as miudezas mostradas pelo Manoel, permitindo a viagem a dois mundos, urbano e rural, dentro de um universo da imaginação, com a premissa criada pelo Manoel de que “Tudo que não invento é falso”.

Os resultados foram encantadoras poesias, apresentações de dança, teatro, pinturas e obras artesanais. Todas baseadas na incompletude do homem, que para nosso poeta, é a maior riqueza do ser humano. “Este projeto ajudou muito os alunos. Por meio das poesias de Manoel de Barros conseguimos trabalhar com o estímulo a leitura, a produção de textos e principalmente a admiração pela arte. O projeto proporcionou a eles aulas diferentes e com isso ficaram mais empolgados para estudar”, conta emocionada a professora Nilza Nantes da Silva. 

E seguindo o conselho do Caramujo-Flor, apelido de Manoel, em promover sua linguagem, pois esta era seu diferencial, foi idealizado o concurso de redação Um Passeio com Manoel, que atingiu mais de seis mil alunos da rede estadual de ensino em Campo Grande, em duas edições. Estimulando adolescentes do terceiro ano do ensino médio a exercer uma atividade indicada por Manoel de Barros - “Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas quando não desejo contar nada, faço poesia”.

 Ennesli Granjeiro Gonçalves foi a primeira vencedora do concurso de redação e se diz íntima do poeta, devido ao contato que tem suas obras desde a infância. “Desde criança faço teatro e sempre li as obras do Manoel de Barros, então eu me sinto íntima dele, porque praticamente cresci com o poeta”, revela a estudante que ganhou uma bolsa de estudos para o curso de Direito na Uniderp como premiação.

“A FMB tem o compromisso elevar e divulgar o nome e as obras de Manoel de Barros em todas as suas atividades culturais e sociais. Com profissionalismo e ética, ousando na criatividade para contribuirmos que o mundo de cada um possa ser maior do que já é. O homem Manoel de Barros foi finito como todos nós, mas o poeta e suas obras pautadas no belo sorriso, na simplicidade, no amor e na criatividade, permanecerão para sempre. Gerações após gerações”, afirma Marcos Henrique Marques.

No “panteão” dos poetas brasileiros, onde figuram, entre outros, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto, nosso Manoel de Barros é com certeza uma referência na literatura contemporânea.  Ele dispensa a razão e sempre buscou a força mágica das palavras, sendo um incansável incentivador das artes e da educação.

“Penso que a leitura e a frequentação das artes desabrocha a imaginação para um mundo mais puro. Acho que uma inocência infantil nas palavras é salutar diante do mundo tão tecnocrata e impuro”, nos ensina Manoel de Barros.

 

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