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28/03/2011 | 05h:20

Especial Uniderp FM homenageia a banda Titãs

No dia 03 de abril, domingo, a Fundação Manoel de Barros (FMB) apresenta às 17h, o Especial Uniderp FM com a banda Titãs.


Titãs


No fim dos anos 70, em plena ditadura militar, um colégio em São Paulo se tornou um dos poucos pontos de resistência cultural. No palco do Equipe se apresentavam artistas de peso da música brasileira como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Clementina de Jesus e Cartola. Com essa efervescência, foi natural que os jovens com interesses artísticos acabassem se aproximando e criando espaços próprios. O evento "A Idade da Pedra Jovem", promovido por essa turma em 1981, marcou a estréia de Sérgio Britto, Arnaldo Antunes, Paulo Miklos, Marcelo Fromer, Nando Reis, Ciro Pessoa e Tony Bellotto num mesmo palco. Juntos, eles formavam o grupo Titãs do Iê-Iê, uma brincadeira para descontrair uma programação apresentada por gente com mais experiência do que aqueles meninos. 
O que era para ser apenas diversão começou a ser encarado mais seriamente no ano seguinte. A estréia oficial dos Titãs do Iê-Iê, devidamente ensaiados e com repertório próprio, aconteceria no dia 15 de outubro de 1982, no Sesc Pompéia. Durante dois anos, os Titãs do Iê-Iê percorreram o circuito underground paulista, se apresentando em lugares tão ecléticos quanto o som que mostravam no palco. Não demorou muito para que a performance do noneto despertasse a atenção de uma gravadora. Mas antes da assinatura do contrato com a WEA, ocorreram duas mudanças: Ciro Pessoa se desligou da banda e o Iê-Iê (que sempre era confundido com Iê-Iê-Iê) foi descartado do nome do grupo. O primeiro álbum, "Titãs", foi lançado em agosto de 1984 e trazia "Sonífera Ilha", um verdadeiro fenômeno radiofônico. 
O grupo começou 1985 com um novo baterista. Charles Gavin assumiu as baquetas no lugar de André Jung. Com a nova formação, os Titãs entraram em estúdio para gravar seu segundo LP. "Televisão", produzido por Lulu Santos, chegou às lojas em junho daquele ano e emplacou os hits "Insensível" e "Televisão". Como aconteceu no primeiro disco, as vendas foram modestas, mas isso não seria a pior lembrança que a banda guardaria deste período. 
Em 1986 a banda lançou "Cabeça Dinossauro". O álbum, que marcava a estréia da parceria com o produtor Liminha, pela primeira vez traduzia no vinil a pegada que a banda tinha ao vivo. Os Titãs puderam sentir a força do LP já no show de estréia no Projeto SP, quando o público cantou todas as músicas, numa época em que as rádios ainda se recusavam a tocar o repertório ousado do disco. O álbum já tinha garantido o primeiro disco de ouro dos Titãs, quando as emissoras se renderam. Além de "Aa Uu", "O Quê", "Homem Primata", "Família" e "Polícia.
Em novembro de 1987, "Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas" saía do forno superando todas as expectativas. De um lado do disco, a continuação do rock pesado do "Cabeça", em músicas como "Lugar Nenhum", "Desordem" e "Nome aos Bois". Do outro, mais inovação: o sampler, uma novidade naqueles tempos, dava um tom eletrônico a "Todo Mundo Quer Amor", "Comida" e "Corações e Mentes". A banda ousou novamente ao decidir fazer o show de lançamento do novo álbum em pleno Hollywood Rock de 1988. Valeu a pena correr o risco. A apresentação dos Titãs foi eleita pela crítica especializada a melhor de todo o festival, superando Simple Minds, UB40, Pretender, Simply Red e outros medalhões estrangeiros.
Os Titãs foram os primeiros artistas do país a se apresentarem na Noite de Rock do badalado Festival de Jazz de Montreux. Do show, no dia 8 de julho de 1988, eles trouxeram o LP "Go Back", o primeiro ao vivo da carreira da banda. De volta ao Brasil, a banda viveu uma fase áurea, com shows superlotados e o quinto álbum – que misturava canções dos primeiros LPs a sucessos do "Cabeça e do "Jesus" – nas listas dos mais vendidos. "Marvin", originalmente gravada no primeiro disco, virou um sucesso avassalador nas rádios no fim de 88 e em todo o ano de 89. 
Em outubro de 1989, os Titãs lançaram seu disco mais sofisticado até então. "Õ Blesq Blom" reunia a simplicidade dos repentistas Mauro e Quitéria, descobertos pelo grupo na Praia da Boa Viagem, à modernidade das parafernálias eletrônicas de estúdio. Foi da dupla nordestina que os Titãs tiraram o nome do LP que transformou em hits "Flores", "Miséria" e "O Pulso". Com o clipe de "Flores", a banda ganhou ainda um PRÊMIOinédito no país: o MTV Video Music Awards, quando a emissora ainda não tinha sua filial brasileira.
Depois de um disco tão elaborado, os Titãs começaram a sentir falta do bom e velho rock’n’roll. E o disco "Tudo Ao Mesmo Tempo Agora", que chegou às lojas em setembro de 1991, serviu para matar essa saudade. A banda levou ao extremo a volta ao estilo roqueiro: alugou uma casa para as gravações e decidiu se auto-produzir, interrompendo a parceria com Liminha. 
O tempo passou, e no segundo semestre de 1994, ao fim da turnê de "Titanomaquia", os Titãs decidiram pela primeira vez tirar um ano de férias para que cada um pudesse tocar seus projetos paralelos. Paulo Miklos e Nando Reis lançaram discos solos, Tony Bellotto escreveu seu primeiro livro, Marcelo Fromer produziu outros músicos e Charles Gavin passou um período em Londres fazendo curso de produção. Os Titãs, porém, não ficaram muito tempo longe um do outro. Nessa época eles fundaram, em parceria com a WEA, o selo Banguela, responsável pelo lançamento de bandas como Raimundos, mundolivre s/a e Maskavo Roots, entre outras. Sérgio Britto e Branco Mello, além de donos, viraram artistas do selo. Eles montaram, com a baterista Roberta Parisi, a banda Kleiderman e gravaram o CD "Con el Mundo a Mis Pies".
A folga acabou em 95, com o lançamento do álbum. "Domingo". O segundo trabalho do grupo com Jack Endino, veio bem mais pop do que os dois trabalhos anteriores e contou com participações especiais de Herbert Vianna, João Barone, Andreas Kisser e Igor Cavalera. "Domingo" foi disco de ouro e emplacou nas rádios a faixa-título e "Eu Não Agüento", da Banda Tiroteio, a primeira canção gravada pelos Titãs que não foi composta por um dos músicos do grupo. 
Na comemoração dos 15 anos de carreira da banda, os Titãs lançaram mais um disco histórico. O "Acústico MTV", gravado em março de 1997 no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, vendeu mais de 1,7 milhão de cópias, batendo todos os recordes do formato. Além de músicas antigas que ganharam arranjos novos, o CD trazia as inéditas "Os Cegos do Castelo", "Nem 5 Minutos Guardados", "A Melhor Forma" e "Não Vou Lutar". O "Acústico" contou com participações especiais de Rita Lee ("Televisão"), Marisa Monte ("Flores"), Jimmy Cliff ("Querem Meu Sangue"), Fito Paez ("Go Back"), Marina Lima ("Cabeça Dinossauro") e Arnaldo Antunes ("O Pulso"). "Pra Dizer Adeus", originalmente gravada em "Televisão", se tornou um sucesso instantâneo e um das músicas mais executadas em rádio naquele ano.
Depois de fazerem mais de 300 shows pelo Brasil acompanhados de orquestra, os Titãs decidiram repetir a dose no álbum seguinte. "Volume 2", lançado em outubro de 1998, trazia mais músicas antigas com arranjos acústicos, mas também outras novidades. Além da música de trabalho "É Preciso Saber Viver", uma regravação de Roberto Carlos, o álbum tinha seis canções inéditas. O "Volume Dois" não foi uma continuação do "Acústico" apenas no estilo: o sucesso se repetiu, com mais de 600 mil copias vendidas.
No ano seguinte, os Titãs decidiram homenagear alguns de seus artistas preferidos. Roberto Carlos, Ultraje a Rigor e Tim Maia, entre outros, foram lembrados no CD "As Dez Mais". Em 2000, os Titãs fizeram uma nova parada para investir em suas carreiras solos. Nando Reis lançou o seu segundo disco, "Para Quando o Arco-Íris Encontrar o Pote de Ouro", e Sérgio Britto gravou o álbum "A Minha Cara". Branco Mello encabeçou a banda S. Futurismo, com a qual se apresentou na Tenda Brasil do Rock in Rio 3. Nando Reis também se apresentou neste palco. No ano seguinte, foi a vez de Paulo Miklos preparar seu segundo CD, "Vou Ser Feliz e Já Volto".
Em 2001, os Titãs sofrem um golpe duro. Em 11 de junho, um dia antes de a banda entrar em estúdio para gravar o 13† álbum da carreira, o guitarrista Marcelo Fromer foi atropelado por uma moto em São Paulo e morreu dois dias depois. Gravar o disco passou a ser um desafio que os Titãs encararam em homenagem a Marcelo e à própria história do grupo que ele ajudou a fundar. "A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana", o primeiro álbum só de inéditas depois de quatro anos, chegou às lojas em outubro em clima de grande expectativa. Com a veia rock'n'roll mais uma vez ativada, o grupo estreou em uma gravadora nova, a Abril Music. O CD conquistou crítica, público e transformou a canção "Epitáfio" num grande sucesso no rádio e na TV.
Em novembro de 2003, os Titãs lançam seu 14` CD, "Como estão vocês?", que traz de volta uma dobradinha que deu certo: Liminha assina a produção. Com um som bem rock`n roll, que consagrou o grupo, os Titãs emplacam de cara nas rádios "Eu não sou um bom lugar" e tem "Enquanto houver sol" incluída na trilha sonora da novela "Celebridade". O fim do ano ainda traz um mimo: É lançado o songbook "Titãs - Todas as canções", reunindo a obra completa da banda, cifradas e com fotos inéditas, numa obra luxuosa e inigualável no Brasil, coroando os 21 anos de carreira da banda. 

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