OAB/MS faz homenagem ao poeta Manoel de Barros
“Manoel de Barros escrevia à lápis, com letra miúda de criança, as coisas mais eternas”. Assim o conselheiro seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), Carlos Magno Couto, definiu o poeta e escritor de alma sul-mato-grossense, durante homenagem realizada na Sessão do Conselho nesta sexta-feira (28). A diretoria da Seccional entregou uma placa ao representante da família do escritor, diretor da Fundação Manoel de Barros, Marcos Henrique Marques.
Poeta por toda uma vida, Manoel Wenceslau Leite de Barros também já foi advogado, mas segundo relato de Carlos Magno, após a primeira audiência, abandonou a profissão e preferiu cuidar só da poesia. “Seu coração parou de bater”, como bem observou o advogado, no último dia 13 de novembro, aos 97 anos.
“Hoje, suas escrituras podem ser reconhecidas como patrimônio da língua nacional ou até mesmo um documento inaugural da humanidade”, defendeu Carlos Magno em sua homenagem. E continuou: “Quando vejo Manoel humanizar pela poesia, as coisas, o tempo e o vento renovo meu olhar sobre o mundo e me convenço do acerto da afirmação do poeta mexicano Octavio Paz, quando ele explica que a poesia é o ponto de intersecção entre o poder divino e a liberdade humana, porque a arte não existe para reproduzir o visível, mas para tornar visível, como acreditava Paul Klee, aquilo que está mais além dos olhos”.
Após a emocionada homenagem, o presidente da OAB/MS, Júlio Cesar Souza Rodrigues, o vice-presidente Mansour Elias Karmouche, o secretário-geral Lázaro Gomes, o secretário-geral adjunto Victor Jorge Matos e o diretor-tesoureiro Elvio Gusson fizeram a entrega da placa ao diretor da Fundação Manoel de Barros, Marcos Henrique Marques, que fez um agradecimento em nome dos familiares do poeta. “Existe uma discussão se existe vida após a morte, alguns acreditam outros não, mas a certeza da imortalidade está nas obras que deixamos e os elementos que utilizamos para escrever a nossa história e o nosso legado. O homem Manoel de Barros foi finito, porém as suas obras pautadas no verso livre, na simplicidade, na criatividade e no amor permanecerão para sempre gerações após gerações”, ressaltou.
“É uma singela homenagem, em nome de toda advocacia, àquele que contribuiu para a evolução cultural de nosso Estado e deixou seu legado para todo o País de uma nova forma de pensar a humanidade”, revelou o presidente da OAB/MS, Júlio Cesar Souza Rodrigues. “Sua obra contribui sobremaneira para a cultura não só nacional, mas de todo o mundo, divulgando e eternizando as belezas do Pantanal e nossa rica cultura”, finalizou.
Fonte: ASCOM/OAB-MS