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01/09/2016 | 02h:58

UFF faz homenagem a centenário de Manoel de Barros

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O poeta brasileiro nascido em terras mato grossenses em 1916 é considerado um dos mais importantes nomes da literatura nacional,sendo detentor de diversos prêmios, entre eles, dois Jabutis. O escritor possui um extenso acervo literário e sua obra mais famosa é “O livro sobre nada”.

 

Manoel de Barros

Foto: © Acervo da família

Os textos de Barros são ricos semanticamente e mostram um autor que sabe com maestria usar as palavras. As poesias, reflexivas, grandiosamente singelas fazem os olhos atentos e também desatentos passearem pelos versos ávidos pela próxima estrofe. A leitura deixa o corpo quase estático e os lábios abertos e sorridentes. Segundo Elton Luiz Leite de Souza, “Aprender/conhecer os poemas e a poesia de Manoel de Barros não se faz sem que entremos em sua poética, em sua maneira de criar e trabalhar a linguagem, para que assim aprendamos a trabalhar outras coisas à maneira como ele trabalha a linguagem.  Não há para isso uma receita ou cartilha. Manoel nos convida a práticas brincativas de desaprendizagens, para que a alma que  transvê una-se ao corpo que transfaz, inventa, cria, experimenta”.

Merecedor de todos os aplausos, o centenário da vida e obra de Manoel de Barros será homenageado no Festival Nacional de Cultura Popular em um dia repleto de programações especiais que irão remeter ao poeta.

Todas as atrações vão acontecer na Tenda montada no Centro de Artes da UFF.

 

 

Às 14:30 do dia 06 de Setembro terá a exibição de “Língua de Brincar”, documentário de Gabraz Sanna e Lucia Castello Branco. O filme é uma viagem sem roteiro, mas com um destino certo: Manoel de Barros.

 

Às 15:45, a mesa “Na ponta do meu lápis há apenas nascimento” traz ao Centro de Artes da UFF, os debatedores Elton Luiz Leite de Souza, filósofo, professor da Unirio e autor do livro Manoel de Barros: a poética do deslimite,  Mario de Souza Chagas, poeta, museólogo, doutor em Ciências Sociais, professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), coordenador técnico no Museu da República e presidente do Movimento Internacional para uma Nova Museologia, Gabraz Sanna, artista visual, cineasta e curador com atuação voltada para documentários, video arte e fotografia  e  Luiz Henrique Barbosa, autor do livro Palavras do chão: um olhar sobre a linguagem adâmica em Manoel de Barros, mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (1995) e doutor em Literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2010). Além da ilustre presença da filha do poeta, Martha Barros, artista plástica que ilustrou alguns livros de Barros e de Douglas Queiroz Marçal, assessor de Cultura e de Comunicação da Fundação Manoel de Barros.

 

Às 17 horas haverá uma Intervenção Poética “Voar fora da asa” (Poema de Manoel de Barros) com Betina Kopp, poeta e atriz que já criou diversas performances entre poesia, música e teatro, além de ter sido apresentadora do programa Sensacionalista do Multishow e Mano Melo, poeta, ator, romancista, roteirista que tem formação de ator pelo Conservatório Nacional de Teatro e estudou filosofia no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. 

 

Às 17:45, terá a exibição de Ruína 14’, documentário de Gabraz Sanna. De acordo com Marcelo Ikeda:

“RUÍNA, de Gabraz Sanna, começa dando a impressão de que é um “talking head”. O diretor é o câmera de um documentário, em que se registra a cantora Maria Bethânia lendo um poema intitulado “ruína”. No entanto, à medida que RUÍNA (o de Sanna) prossegue, percebemos que se trata de um ensaio autoreflexivo sobre a distância justa – ou justo uma distância – entre a câmera e o autor. Entre as tentativas de leitura do poema, Bethânia é “interrompida” pelos sons do mundo que avançam para o primeiro plano da narrativa. O mundo parece querer tomar conta do filme, sejam sons mecânicos (um carro, um avião) sejam sons de animais (um cachorro, um pássaro). O curta se revela através das fissuras desse diálogo – entre imagem e som, entre a câmera e o mundo, entre a palavra e a ambiência, entre o realizador e nós (o público). Por isso, é muito sugestivo quando se segue uma ruptura abrupta, e a voz de Bethânia agora parece em over (gravada em estúdio) e as imagens revelam, de forma estilizada, um corpo nu numa cachoeira. Temos agora quase uma inversão da primeira parte do curta: se na primeira, a imagem e voz crus de Bethânia são preenchidos com ambiências do mundo, agora a imagem e som crus da cachoeira são acompanhados de uma voz over de estúdio. Entre essas camadas de imagem e som, de construção e de “real”, a natureza toma cada vez mais conta do filme – a natureza das coisas ou dos bichos, ou, se preferirem, a natureza do processo de representação cinematográfica.”  

 

 

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Foto/divulgação Mano Melo

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Foto/divulgação Betina Kopp

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Foto/divulgação grupo Uirapuru

Às 18 horas, o Grupo Uirapuru – Orquestra de Barro, apresentará o espetáculo, “De Barros, uma homenagem a Manoel”. O grupo vem do povoado de Moita Redonda, principal polo de produção de cerâmica em Cascavel, Ceará. As feituras de cerâmica são utilizadas como instrumento musical que revelam a cultura local.

 

 

Na EDUFF, será montado um stand de vendas com obras do poeta e de alguns participantes da mesa. 

 

Informações ASCOM

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